Público cresceu ao longo das atuações. Estudantes consideram que há pouco foco nos grupos académicos. Texto por Luís Almeida. Fotografias por André Crujo
Com uma plateia pouco composta, As FANS – Tuna Feminina da Universidade de Coimbra começaram a sua atuação. Do “Fado Menino” à “Fonte dos Amores”, o grupo académico abriu o segundo dia da Festa das Latas e Imposição de Insígnias 2018 sem deixar que a falta de público as desanimasse. Pelo contrário, brincaram que “ter mais de 20 pessoas é um milagre”. Ana Nunes, estudante de Proteção Civil, salienta que a tuna feminina soube lidar bem com a situação e ter uma boa prestação ainda assim.
De seguida, a Phartuna – Tuna de Farmácia de Coimbra subiu ao palco pronta para deixar o público, já mais numeroso, ao rubro. Os pandeiretas chegaram a ser avisados pelos colegas para ter “cuidado com as artroses” e, em conjunto as bandeiras, deixaram a plateia impressionada. Ana Nunes realçou também o ambiente que o grupo académico criou e a sua capacidade de interagir com o público.
Já no fim da noite e a fechar o palco principal, a FAN-Farra Académica de Coimbra entrou e partiu o palco, literalmente. Durante a atuação, um dos pandeiretas deixou um buraco numa tábua. No entanto, a atuação começou de forma mais calma com o tema “Lenda Encantada”. Os membros da tuna não puderam deixar de sublinhar que, apesar de reduzido, o público estava mais composto que o normal.
Inês Rodrigues, estudante de Psicologia na Faculdade de Psicologia de Ciências da Educação (FPCEUC), lamenta apenas a qualidade do som desta última atuação. No entanto, a aluna da FPCEUC não pôde deixar de exprimir o gosto pela capacidade da tuna “puxar pelas pessoas”. “Contagiam o público”, afirma.
A estudante, que faz parte de uma tuna também, critica o desinteresse das pessoas pelos grupos académicos. “Os artistas acabam e ninguém fica para ver as tunas”, lamenta. Acrescenta ainda que “não valorizam o seu trabalho”. Por sua vez, Bárbara Costa, aluna de Saúde Ambiental, considera que “Coimbra dá valor ao que vem de fora”. “É preciso pegar na nossa tradição”, acredita a mesma.
Ambas as estudantes concordam que o protagonismo das tunas é cada vez menor. Para realçar isto, Inês Ladeiro, membro das Mondeguinas, refere que “para ver o nome das tunas que vão atuar é preciso fazer ‘zoom’ no cartaz”.