Noite de música para “miúdos e graúdos”: Tara Perdida e Conan Osíris e Karetus

De estilos diferentes se compôs o palco principal na terceira noite da Festa das Latas ’18. Iniciada com a atuação dos intemporais Tara Perdida, o parque da canção assistiu ainda à atuação do irreverente Conan Osíris e Karetus. Texto por Daniela Pinto e Ana Rita Teles. Fotografias por André Crujo, Jéssica Gonçalves e Daniela Pinto

“Até ao fim” foi a tatuagem que Rui Costa, guitarrista da banda Tara Perdida, fez referência como lema. “A gente não vai largar o osso”, promete. Originada há 23 anos, prendeu os fãs do início de carreira e, agora, os mais jovens estudantes de Coimbra.

Maria Coelho, estudante no primeiro ano da licenciatura de Biologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), admite não ser fã da banda. No entanto, a vibração fez-se sentir com os pulos e braços no ar da jovem estudante. “Não conhecia, mas prendeu-me”, afirma. Esta imediata adoração é explicada pelo guitarrista Rui Costa através da mensagem de motivação que a banda procura passar.

Do punk ao rock e pop, os Tara Perdida marcam a sua versatilidade. As críticas a respeito desta oferta musical diversificada são de forma parcial aceites. “Umas críticas aceito, outras não”, expôs Rui Costa. Para ele as “pessoas pensam de outra forma e não aceitaram as escolhas do Ribas” (ex-vocalista da banda). “Somos uma banda para bater”, defende.

A falta do ex-vocalista Ribas “vai sempre ser sentida”. Para Rui Costa e Tiago Silva, ele esteve presente no concerto de hoje, “o público apenas não o viu”. Será, para Rui Costa, “o eterno vocalista”.

Não foi Amália, mas a festa das latas de Coimbra que o trouxe para o mar de estudantes

No seguimento da vibração criada pelo espectáculo dos Tara Perdida, Conan Osíris (alter ego de Tiago Miranda) sobe ao palco acompanhado do seu bailarino. A plateia de forma acelerada se compôs, mas desta vez com mais jovens a assistir. A irreverência do cantor faz-se marcar seja de “pijama vestido, ou pela personagem que ele é em inteiro”, afirma Ana Santos, de 32 anos, que veio direta de Lisboa para assistir ao seu concerto.

Do reportório do artista fizeram-se ouvir alguns dos mais recentes êxitos como “Adoro bolos” e “Celulitite”. Se Ana Santos tivesse de escolher as suas preferidas, apesar da dificuldade, estas eram as que escolhia. “O giro é não fazer sentido”, explica. Para a jovem trabalhadora, Conan Osíris transcende estereótipos. Apesar de na ultima música afirmar: “sabes que eu só danço quando a saudade acabar”, para Ana Santos o músico demarca-se por “se atrever a dançar e a fazer pensar”.

Marcado por “sair da caixa”, é comparado por muitos a António Variações. Na opinião de Ana Santos, as roupas, a irreverência e rebeldia em palco diferenciam o trabalho deste artista dos restantes. Para Maria Teixeira e Mónica Fernandes, estudantes de Direito da UC, o artista “não tem um estilo definido e procura ser diferente”.

Conan Osíris terminou o concerto com um registo que, para Ana Santos, é “mais calmo e diferente do seu normal”. No país da saudade e na cidade de estudantes que a cantam, Tiago Miranda termina o concerto com “Amália”. Lançada há quatro anos, esta música marca a saudade que, além de andar “aos beijos com a morte”, “bate bem mais forte que a sorte”.

A eletrónica invadiu o recinto

O público vibrou com Karetus, os jogos de luzes com diferentes cores e o fumo lançado do palco foram alguns dos efeitos utilizados pelos artistas. Com o recinto cheio, Carlos Silva e André Reis, que constituem os Karetus, mostraram se divertidos enquanto apresentavam o seu som.

A plateia cantou e saltou a acompanhar o ’show`. O duo também se mostrou dinâmico e muito ativo no palco. Mesmo com problemas de som, os artistas afirmaram que não sabem o aconteceu, mas “tentaram fazer o seu melhor”. No que diz respeito à cidade de Coimbra, os Karetus ilustraram que “se sentiram em casa”.

Na plateia estava Francisco Silva, estudante de Gestão na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), que contou que foi ao recinto com os amigos. O mesmo elogiou o espetáculo dos artistas, “foi muito bom, o pessoal divertiu-se”. Mariana Carvalho, aluna de Engenharia Química, na FCTUC, também viu Karetus, mas confessa que chegou atrasada. Ainda acrescenta que gostou muito.  Por outro lado, Guilherme Oliveira, estudante de Relações Internacionais na FEUC, explicou que não gosta de música eletrónica, mas na perspetiva do mesmo “foi um espetáculo razoável”.

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