Divulgação do cartaz não chega a toda a gente. Simultaneidade de apresentações no palco principal e secundário gera revolta nos grupos académicos. Texto por Jéssica Gonçalves e Daniela Pinto. Fotografias por Jéssica Gonçalves, Daniela Pinto e Ana Rita Teles
O Parque da Canção voltou a ser o palco de mais um Sarau Académico. Decorreram atuações de diversas tunas. A Tuna Académica da Universidade de Coimbra abriu o evento, com um público reduzido, mas atento. O grupo levou os presentes ao rubro com música animada, efeitos especiais e jogos de luzes. O ambiente cresceu pouco a pouco e o público dançou e interagiu com a tuna mista.
“Um, dois, três, quatro”, fez a contagem A QUANTUNNA- Tuna Mista da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra, para iniciar a sua apresentação com o tema “8 baladas”. Este foi um aquecimento para o palco principal onde aturam mais tarde. A plateia mostrou-se participativa ao ver os elementos do grupo a dançarem. Uma das músicas que cantaram foi “Vinho”.
“Coimbra dos amores” foi este o tema escolhido pela Tuna de Medicina da Universidade de Coimbra para abrir a sua atuação. O grupo considerou ter “uma vasta plateia com caras conhecidas” o que os deixou muito felizes. A sua apresentação foi curta, pois segundo um dos elementos da tuna “o lugar onde foram jantar só lhes podia disponibilizar 15 minutos no espaço, então não podiam demorar”.
Felizes por voltarem ao Sarau, o Coral Quecofónico do Cifrão-Tuna da Faculdade de Economia mostrou-se energético a saltarem com as pandeiretas. Ao longo da sua atuação outros membros de tunas juntaram-se a festa e dançaram na plateia. Uma das músicas que apresentaram foi “Pobre de Mim”.
A FAN-Farra Académica de Coimbra chegou a palco de seguida com energia para dar e vender. Com ritmo no seu passo acelerado e sentido de humor captaram a atenção do público. Ajoelhados os estudantes dedicaram uma música a todas as donzelas que assistiam à sua atuação. Os mesmos tocaram a “Valsa da Despedida”, que explicaram ser sobre o que um estudante deixa para trás.
Com o seu característico malmequer na orelha, as Mondeguinas- Tuna Feminina da Universidade de Coimbra contaram com um forte apoio de membros antigos da tuna que estavam entre o público. Embora tenham vozes delicadas para a música, mostraram-se indignadas com a falta de publicidade aos grupos académicos e ao Sarau Académico. As estudantes apresentaram o tema “Indignação” para se exprimirem.
A Canção de Coimbra entoou no Sarau através do Grupo de Fados da Secção de Fado da Associação Académica da Universidade de Coimbra ( SF/AAC) com a viola e a guitarra portuguesa acompanhar. “A Trova do Vento que Passa” e “Saudades de Coimbra” captou o silêncio e a atenção de todos que assistiram.
A Estudantina Feminina de Coimbra da SF/AAC subiu ao palco e com o seu ritmo também encantaram a plateia que cantou com as mesmas. A sua apresentação no final contou com a participação de antigos elementos, que foram chamadas para retornar ao palco que por diversas razões tiveram que deixar para trás.
Com o passar do tempo a audiência aumentou de forma considerável, e com a música “Alecrim”, “Menino Jesus” e outros temas interpretados pelo Grupo de Cordas da SF/AAC, o público dançou ao som do instrumental. Este grupo mostrou -se indignado e expôs o seu descontentamento por haver atuações em simultâneo no palco principal e secundário. O mesmo acrescentou ser uma situação injusta para os grupos que atuavam no palco principal.
“Madalena” e “Traçadinho” foram duas das músicas apresentadas pela Estudantina Universitária de Coimbra, que também com o seu sentido de humor divertiu o público. Com as suas pandeiretas deram ritmo à sua apresentação e mostraram os seus sorrisos. Como sempre fizeram-se acompanhar do seu tradicional estandarte.
Antiguidades, costumes e tradição, resume-se assim a apresentação da Orquestra Típica e Rancho da SF/AAC. Em sintonia com o ritmo da música o público contribuiu com palmas e dança com os braços no ar. Como é característico as raparigas apresentaram-se com as saias compridas, lenços na cabeça e os rapazes de chapéus, camisas e coletes.
Para encerrar o Sarau, a Orxestra Pitagórica da SF/AAC apresentou-se mais uma vez com a sua veia humorística. Este grupo marcado pela sua irreverencia e instrumentos diferentes do normal, apresentou-se com um jogo de luzes que variavam entre o azul, branco e roxo. Em simultâneo os elementos da Pitagórica estavam descontraídos e divertidos. Os mesmos também estrearam uma nova música “Dei-te quase todo”. “Na minha capa com ela” foi um dos outros temas que tocaram.